Quem sai aos seus, não degenera?
Publicado em 14 de Julho de 2025
Até que ponto as gerações anteriores e as relações familiares influenciam na personalidade e nas escolhas de um indivíduo? É possível não sair aos seus?
O processo de autoconhecimento passa, necessariamente, pelo reconhecimento de si enquanto resultado de gerações e de relações. Perceber aquilo que parece genuíno, mas pode ser apenas a repetição de padrões anteriores, é uma importante chave para fazer escolhas próprias e, consequentemente, promover uma renovação nas perspectivas de vida.
Quando falamos de pensamentos e ações disfuncionais, essa atitude é primordial.
Observe as famílias à sua volta e perceba como existem lacunas que se transmitem a cada geração. Isso é comum nas relações familiares e pode ser realinhado, caso seja necessário ao bem-estar do indivíduo e/ou da família.
Algumas famílias perpetuam sofrimentos que podem divergir em um ou outro aspecto, mas que têm a mesma raiz de pensamento e ação.
Para começar esse caminho de reconhecimento de si, explore aquelas escolhas e pensamentos que parecem naturais, ações que se repetem, consequências que parecem destino familiar.
Perceba suas escolhas, como se comporta, como reage aos eventos, como vivencia determinadas situações. Também busque saber mais sobre sua genealogia: pergunte a seus pais, avós, tios ou a quem os conheceu como eram seus antepassados, como eram conhecidos, como se relacionavam em família, e quais foram suas escolhas mais marcantes.
Não negligencie sua ascendência. Ela diz muito sobre você e pode ser uma fonte importante de autoconhecimento.
Sua história é mais determinante do que você possa imaginar; ela atua em você além daquilo que percebe.
Lembre-se de que você é único, mas faz parte de um sistema integrado de relações.
A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para frente.
Soren Kierkegaard